sábado, 24 de outubro de 2009

O Discípulo Amado - I

João, o Evangelho do Amor
Veio dos céus a inspiração divina para que fosse editado este livro, com algumas anotações sobre o glorioso Evangelho segundo escreveu João. Aqui é o começo, com um Prefácio à edição, seguido de outros comentários, e finalmente, a magnífica Obra, com ligeiras correções gramaticais e adaptações para os nossos dias.
Para Falar deste Evangelho, devemos ressaltar que é um dos últimos livros, a ser escrito, do Novo Testamento, e que surgiu na cidade de Éfeso. A data é incerta, mas provavelmente este Evangelho foi escrito na última parte do primeiro século. O livro é atribuído ao próprio João, que era tido como um dos mais íntimos discípulos de Jesus, e a quem ele confiou o cuidado de sua mãe no momento de sua morte (Jo 19,27).
Uma das características de João é revelar realmente quem é Jesus Cristo. E o conhecimento de Jesus Cristo não se dá individualmente, e sim dentro de uma comunidade, que através de bons exemplos de vida, vai marcando toda a caminhada de um povo. A principal característica do Evangelho de João é despertar e alimentar a fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus no qual “A palavra era Logos” (Jo 1,2). Ele vem nos mostrar que Jesus é o próprio Deus vivo e a sua função é revelar o Pai aos seres humanos até ao ponto de dar o seu Filho por amor à Humanidade.
Em João 17,3 encontramos: “Ora, a Vida Eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que tu enviaste Jesus Cristo”, e com muita clareza toda a Palavra Revelada do Pai, em Jesus Cristo. E esta é uma das frases fundamentais no reconhecimento do Pai pelo Filho e do Filho pelo Pai.
As Particularidades deste livro podem ser assim descritas:
1. É considerado por muitos como o livro mais profundo e mais espiritual da Bíblia.
2. Nele, Cristo dá uma revelação mais completa de Si mesmo e de Deus Pai que não se encontra em nenhum dos Evangelhos sinóticos. Ele fala de sua pessoa, de seus atributos, de sua divindade, da obra do Espírito Santo, de sua própria comissão divina e da paternidade de Deus. Cristo fala de Deus como "o Pai” mais de cem vezes. Deus é o Pai Espiritual. Ele é o Pai doador da vida. Informa que a mensagem é do Pai, sendo que o Pai é maior do que todos. Fala que as obras são do Pai, visto que Deus é o Pai interior, o Pai santo, o Pai justo. É preciso realmente vivenciar a revelação do Mestre Jesus, e em seu segmento fazer com que outras pessoas possam fazer esta magnífica experiência d´Ele na caminhada como seus verdadeiros seguidores. Talvez a mais notável de todas as características distintivas do Evangelho de João seja o fato de que mais da metade do espaço do livro seja dedicada a eventos da vida de Cristo e suas palavras durante seus últimos dias.
Discursos e conversas encontrados só em João, podemos enumerar: com Nicodemos; com a mulher de samaria; com judeus na Festa dos Tabernáculos; a parábola do bom pastor; a série de instruções privadas aos discípulos; as palavras consoladoras e a oração intercessora; o encontro com os discípulos no mar da Galiléia, dentre outros.
João registra oito milagres do Mestre Jesus, além do milagre da ressurreição, para provar sua divindade. Seis destes se encontram só neste Evangelho. A água transformada em vinho; a cura do filho do funcionário do rei; a cura do homem no tanque; o cego de nascimento; a ressurreição de Lázaro; a segunda pesca milagrosa.
Duas grandes correntes de pensamento fluem através do livro, as quais se resumem nos grandes princípios: a fé e a Vida Eterna. A comunidade de João nasce de modo simples, e à medida que vai crescendo, adquire um novo jeito de agir e de viver, sendo realmente Igreja Cristã.
Uma outra apresentação que João faz de Jesus é como Luz, uma Luz que brilha para os judeus daquela época, pois viam Jesus como o Mestre. (Jo 1,38); o Messias (Jo 1,41), o Prometido por Moisés e pelos Profetas. (Jo 1,45), o “Filho de Deus, o Rei de Israel” (Jo 1,49). São todos títulos dados a Jesus pela comunidade de João.
• Neste Evangelho, Jesus realiza o seu ministério, quase sempre em Jerusalém, enquanto nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas, que têm bastante elementos em comum), Ele realiza seu ministério na Galiléia.
• Aqui encontramos somente sete sinais que Jesus realiza em sua vida, enquanto nos Evangelhos sinóticos são encontrados muitos milagres.
• O Jesus de João atua publicamente por dois ou três anos, enquanto nos Evangelhos sinóticos toda a aparição de Jesus se reduz a somente um ano.
• Toda a doutrina de Jesus é exposta em longos e misteriosos discursos. Isto ocorre porque João utiliza uma linguagem própria, a um determinado povo e expressada em categorias simbólicas.
O livro pode ser dividido em cinco partes: o Prólogo, pelo qual podemos entender a encarnação do Verbo Eterno; a manifestação da divindade de Cristo ao mundo, acompanhada de seis testemunhos: o de João Batista, o do Espírito Santo, o dos discípulos, o das obras poderosas de Cristo, o do Pai e o das Escrituras; a revelação particular e as instruções aos discípulos; a humilhação de Jesus e seu triunfo sobre a morte, e o Epílogo, que expressa “Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não disse que não morreria, mas: se eu quiser que ele fique até que eu venha, que tens tu com isso? ”É este, pois, o Evangelho segundo escreveu João.

Para Refletir
Ao ler o Evangelho segundo escreveu João, diga para si próprio com toda convicção e sinceridade da alma:
- Estou sendo realmente uma Luz para a minha família, para os meus amigos, para a minha comunidade? Ou sou somente um facho apagado que nada ajuda às pessoas que estão perto de mim?
- Estou procurando viver o amor para com o outro, ou estou interessado no que o outro tem a me dar em troca?
- Ser cristão é assumir com vontade e dedicação, a experiência que os apóstolos de Jesus fizeram. Sou útil à minha comunidade, ajudando os meus irmãos, ou sou apenas uma pedra de tropeço para muitos?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Luz do Leste - Saúde Tabaco

Proibição do fumo reduz ataques cardíacos em até 47%
Conclusão é de revisão de pesquisas realizadas nos EUA.17 estados americanos têm leis que restringem tabagismo.

Uma pesquisa financiada pelo Centro de Controle de Doenças (CDC) do governo dos Estados Unidos fez uma revisão de dados estatísticos e confirmou que a proibição do fumo em locais públicos pode reduzir a ocorrência de doença cardíaca em até 47%. Uma comissão de especialistas foi montada pelo Institute of Medicine para avaliar os estudos científicos já realizados sobre o tema.

A missão era buscar a comprovação científica dos efeitos biológicos do tabagismo passivo, sua influência sobre o sistema cardiovascular e os efeitos do banimento do fumo em locais públicos.

As pesquisas celulares e animais comprovam que mesmo pouco tempo de exposição à fumaça de cigarros é capaz de produzir alterações no sistema cardiovascular. As artérias do corpo humano se contraem de forma inadequada, aumentando a pressão arterial e o risco de problemas coronarianos.

Os pesquisadores encontraram 11 estudos que avaliavam o impacto das mudanças de legislação do tabagismo sobre a saúde pública. Os trabalhos selecionados tinham boas bases estatísticas, permitindo a comparação dos resultados.

Atualmente, 17 estados norte-americanos, além de Porto Rico e da capital federal, têm leis que proíbem o fumo em locais públicos. A legislação não é igual em todos os estados, variando a extensão do banimento e de tipos de locais onde o fumo é proibido.

A redução da ocorrência de infartos do coração identificada nos estudos científicos variava de 6% a 47%. Os especialistas identificaram fatores que influenciam na redução dos eventos.

As campanhas educativas associadas à proibição são fundamentais para aumentar o efeito positivo da restrição do fumo. As pessoas que já têm doença coronariana conhecida são as que mais sofrem com a exposição à fumaça de cigarros, que pode levar a eventos cardíacos agudos.

Mesmo em cidades que já vêm desenvolvendo programas de prevenção de doenças cardiovasculares, a proibição tem efeito positivo, diminuindo os infartos e internações.

A conclusão é de que o tabagismo passivo altera o funcionamento das artérias do nosso corpo e que as leis que proíbem o fumo em locais públicos podem salvar vidas e evitar internações por problemas cardíacos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Luz do Leste: Comportamento Sexual

Uma em cada cinco mulheres não chega ao orgasmo
90% dos casos acontecem por questões psicológicas, que vão da vergonha de explorar o próprio corpo à dificuldade em falar sobre fantasias sexuais

Apesar de a liberdade sexual ser mais aceita na sociedade, isso não quer dizer que as mulheres se sintam mais livres
Um levantamento realizado pela Secretaria de Estado da Saúde e por uma equipe do hospital estadual Pérola Byington, em São Paulo (SP), apontou que uma em cada cinco mulheres que procuram o Centro de Referência e Especialização em Sexologia (Cresex) do hospital não chega ao orgasmo nas relações sexuais.
O estudo baseado em 455 atendimentos entre 2007 e 2008, revelou que 48,5% das pacientes atendidas não sentem desejo de transar, o que na nomenclatura médica é chamado de “distúrbio do desejo sexual hipoativo”: 18,2% dessas pacientes receberam o diagnóstico de ‘anorgasmia’, ou falta de orgasmo, e outras 5,2%, de inibição sexual generalizada, ou seja, não conseguem se excitar durante as relações e também não sentem orgasmo.
Segundo a ginecologista e terapeuta sexual Glene Rodrigues Farias, que trabalha no Cresex, a razão do problema em 90% dos casos não tem nada a ver com questões físicas, mas com reações puramente psicológicas. - A maioria das dificuldades sexuais é psicológica. Isso pode ser provocado por uma educação rígida ou muito religiosa, já que a formação da sexualidade começa na infância. As mulheres com dificuldade de orgasmo podem também ser pessoas que estão numa rotina de relacionamento, mas que sofreram violência física do parceiro ou que foram traídas, que sofreram abuso sexual na infância ou estupro. Todos esses fatores podem trazer dificuldades sexuais. O desconhecimento do próprio corpo também pode dificultar o orgasmo, porque a mulher sente culpa de sentir prazer.
Profissional ensina como melhorar a vida sexual
A ginecologista afirma que, na maioria das vezes, a dificuldade em sentir desejo acontece com mulheres mais velhas, que vivem um relacionamento. O resultado da pesquisa comprova a afirmação: 45% das mulheres atendidas no Cresex, com idades entre 40 e 55 anos, receberam esse diagnóstico, seguidas pelas de 25 a 39 anos, com 36,4%, e de 20 a 24, com 7,9%. Mulheres acima dos 55 anos representaram 7,8% dos atendimentos, e menores de 20 anos, 2,9%. A maioria, 60%, era casada; 30% eram solteiras, 3,6% mantinham uniões estáveis, 4% eram divorciadas, 1,3%, viúvas, e 1,1%, separadas. Em outros casos, 10% disseram sentir dor no coito, 6,9% dificuldade de penetração, 4,9% insatisfação com o padrão de comportamento sexual da mulher ou do parceiro e 2%, distúrbio de excitação. Somente 13% das pacientes apresentaram problemas de natureza orgânica, como alterações hormonais ou distúrbios originados por doença. Essa junção de fatores faz com que a mulher não consiga ter prazer sexual. A combinação desses números mostra que, apesar de a liberdade sexual da mulher ser mais aceita na sociedade, isso não quer dizer que elas se sintam mais livres. Para Glede, a mudança no comportamento da mulher só deve acontecer em longo prazo. - Hoje, a mulher está submetida a outras situações. As escolas oferecem aulas de educação sexual, mas a mudança é lenta. O trabalho de educação e informação não muda de um dia para o outro. Feito o diagnóstico, o hospital dispõe de uma equipe multidisciplinar com 20 pessoas, entre médicos, psicólogos e auxiliares de enfermagem, que trabalham na reeducação sexual por meio da terapia, sem intervenções cirúrgicas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Luz do Leste - Manoel de Barros

Poeta Manoel de Barros
ganha Prêmio em Portugal

S. João da Madeira, Aveiro, 1º out (Lusa) - O brasileiro Manoel de Barros, conhecido como "poeta do Pantanal", recebeu esta semana o Grande Prêmio Sophia de Mello Breyner Andresen pela coletânea "Compêndio para Uso dos Pássaros ? Poesia Reunida 1937-2004".Dotado de 10 mil euros, o prêmio foi criado em 2005 pela prefeitura de S. João da Madeira, que, em parceria com a Associação Portuguesa de Escritores (APE), escolhe, a cada dois anos, uma coletânea de poesia de um autor português ou de país de língua oficial portuguesa.Este ano, o júri selecionou a obra de Manoel de Barros em "reconhecimento do lugar raro deste autor brasileiro no contexto das literaturas em português".Para os professores Carlos Resende de Sousa e José Manuel Mendes, da APE, e para Rui Costa, vice-prefeito de S. João da Madeira, o poeta está situado "num espaço que o transcende" e sua escrita evidencia "percursos de criatividade, renovação e doação peculiaríssima ao patrimônio cultural dos povos na sua dimensão futurível". Manoel de Barros sucede António Ramos Rosa, que venceu o prêmio em 2005 com o livro "O Poeta na Rua - Antologia Portátil", e Fernando Echevarría, que, em 2007, foi agraciado graças à coletânea "Obra Inacabada".Nascido em 1916 no Beco da Marinha (MT), na margem do Rio Cuiabá, Manoel Wenceslau Leite de Barros é apontado por muitos como "o maior poeta do Pantanal".O escritor viveu em Corumbá (MS), no Rio de Janeiro e em Nova York antes de se fixar em Campo Grande (MS), onde mora atualmente.Descobriu a poesia aos 13 anos, no Colégio Marista São José (RJ), e, aos 19, escreveu seu primeiro poema. Nessa época, quase foi preso por apoiar o comunismo, mas escapou graças à admiração que um policial tinha por seus sonetos, com cujos originais o oficial ficou em troca da liberdade do jovem.O livro de estreia de Manoel de Barros, "Poemas concebidos sem pecado", foi lançado em 1937. A obra foi impressa artesanalmente por um grupo de amigos do autor e teve tiragem de 21 exemplares - 20 para circulação e um para o próprio escritor."Face Imóvel" foi lançado em 1942 e muitos anos se passaram sem que Manoel de Barros publicasse um novo verso, durante um período em que atuou principalmente como fazendeiro e advogado.Ele voltaria a escrever mais tarde, e entre os destaques de sua obra estão os livros "Compêndio para Uso dos Pássaros" e "Gramática Expositiva do Chão". Com o primeiro, o poeta ganhou, em 1960, o Prêmio Orlando Dantas, da Academia Brasileira de Letras (ABL). Já com o segundo recebeu, em 1966, o Prêmio Nacional de Poesias, e, três anos depois, o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal.Várias outras premiações se seguiriam, em uma carreira que também deu origem à Fundação Manoel de Barros, criada para promover e apoiar a cultura e para prestar assistência social nas áreas da pesquisa, ciência, tecnologia e arte.No site da Fundação, o poeta é descrito como "avesso à repetição de formas e ao uso de expressões surradas, ao lugar comum e ao chavão"; "mutilador da realidade e pesquisador de expressões e significados verbais"; e usuário de "temática regionalista, indo além do valor documental para fixar-se no mundo mágico das coisas banais retiradas do cotidiano". A mesma página explica: "A natureza é sua maior inspiração, o Pantanal é o da sua poesia". Outras fontes citam o próprio poeta para explicar sua obra: "Eu gozo com as palavras. Meu gozo é no fazer. É no fazer o verso que o poeta goza. Eu tenho isso: todo verso meu, eu gozei nele. Não escrevo muito porque eu demoro muito para gozar. Eu trabalho muito em cima das palavras, bolino muito as palavras, acaricio".Em Portugal, as obras de Manoel de Barros são editadas pela Quasi, que, com o livro "O Encantador de Palavras", abriu a coleção "Arranjos para Assobio".